quarta-feira, 13 de março de 2013

RESENHA - FESTA NO COVIL

SINOPSE


Tochtli é um pequeno príncipe herdeiro do narcotráfico mexicano. Fechado numa fortaleza no meio do nada engana a solidão colecionando chapéus e palavras exóticas. Yolcault é o rei. Ele pode tudo e lhe dá tudo. Só não deixa que o garoto o chame de pai nem que entre em certos quartos proibidos. Mas Tochtli tem uma inteligência fulminante e três chapéus de detetive e com eles investiga noite e dia os enigmas desse reino. Ele também tem uma ideia fixa: completar seu minizoológico com hipopótamos anões da Libéria. E é bem capaz de conseguir que o rei atenda seu desejo.





COMENTÁRIOS


Quem nunca pensou em ler o dicionário todos os dias e aprender uma palavra nova?? Eu já, mas nunca consegui levar isso a diante. Mas o menino Tochtli consegue. Ele, todos os dias, antes de dormir lê o dicionário e agrega uma palavra em seu vocabulário.

Tochtli é um menino muito inteligente e leva uma vida bastante peculiar; é colecionador de chapéus, tem um minizoológico em seu quintal e vive com o pai em um lugar que ele denomina de palácio.

A vida que ele leva é bastante solitária. Nunca sai de casa, não tem amigos, estuda em casa com uma espécie de tutor, só conhece umas 15 pessoas em sua vida toda e é filho de Yocault, o rei do narcotráfico no México.

O que há de mais impressionante no livro é a naturalidade que Tochtli tem para encarar a vida que leva. Ele vê no jornal todos os dias pessoas mortas, decapitações, esquartejamentos e não fica nem um pouco abalado, como se isso fosse algo muito comum para ele. Ele conta coisas desse tipo – o livro é narrado em primeira pessoa e Tochtli é o narrador – a todo momento. Em uma parte – e foi a que mais me chocou – ele escreve:

 
“Pra guardar os restos humanos você não usa cestos nem caixas de brandy reserva, mas sacolas de supermercado, como se no supermercado você pudesse comprar restos humanos. No supermercado o máximo que dá pra comprar são os restos das vacas, dos porcos e das galinhas. Acho que se o mercado vendesse cabeças cortadas as pessoas as usariam pra fazer pozole (uma comida). Mas antes iam ter que tirar o cabelo, como fazem com as penas das galinas. Nós carecas íamos custar mais caro, porque já podíamos ir direto pro pozole.”


Chocante, não é? Pois é, mas para ele parece ser uma coisa muito comum e o livro não deixa bem claro o que o menino já presenciou.

O livro trás uma narrativa bem-humorada e divertida e eu gostei muito do livro, é uma história bem diferente e não trata de zumbis nem vampiros ou lobos – que vemos em voga na atualidade; trata de uma história bastante comum para crianças que crescem em meio ao narcotráfico.
Uma coisa bastante curiosa, são os nomes dos personagens, todos muito diferentes. Por exemplo: Itzpapalotl; Cinteotl; Yolcaut; Mistli; Mazatzin e por aí vai... E se tratando de coisas curiosas, Tochtli tem uma certa fixação com cabeças: cabeças cortadas.

Dou 5 estrelas ao livro e recomendo a todos.



 

SOBRE O AUTOR - JUAN PABLO VILLALOBOS



Nasceu em 1973, em Guadalajara, México, e atualmente mora no Brasil. É autor de contos, crônicas de viagem e crítica literária e de cinema. Festa no covil é seu primeiro romance. Editado originalmente na Espanha, já foi traduzido na Alemanha, Reino Unido, Holanda e França, e tem lançamento previsto em mais sete países, incluindo Itália, EUA, Israel e Turquia. A edição britânica foi selecionada pelo jornal The Guardian entre os cinco finalistas do First Book Award.

 





 
;)

12 comentários:

  1. Olá Adriane, tudo bom?
    Adorei esse livro, sério!
    Que capa linda, e que história legal!
    Já vou marcar como "vou ler" no skoob pra nao esquecer!!
    Beijão!!

    Tem post novo no blog, passa lá!
    endless-poem.blogspot.com.br

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    1. Sara, você não vai se arrepender de ler esse livro.
      ;)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu já tentei isso do dicionário também, e também não consegui rsrs
    Não conhecia o livro, mas gostei da temática, parece totalmente diferente de tudo que li.

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    1. Pois é. Mas eu ainda vou conseguir terminar um dicionário. :p

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  4. Ah que garoto fofo, me encantei. *-*
    Eu já tentei ler o dicionario e consegui ler apenas por uma semana, porque na outra me surgiram livros legais e eu não quis terminar de ler o dicionario.
    Esse livro vai para minha lista de vou ler algum dia.

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  5. Também já tentei ler o dicionário inteiro, mas nunca consegui! haha
    Não conhecia esse livro até vê-lo aqui no blog! Parece ser muito interessante e diferente de tudo o que já li! Tentarei lê-lo, acho que não vou me arrepender! :)

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  6. Não conhecia o livro, mas sua resenha me animou bastante. Nossa gostei dos nomes dos personagens KKKK bem complicados.

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  7. Não gosto de nome de personagem ser esquisito... fico todo embaralhado. Mas a ideia geral do livro é ótima!

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  8. É díficil encontramos um livro como este, tão único. Ainda não li, mas já vejo que é único.
    O Personagem principal me chamou muita atenção. Gosto de personagens assim, pois no fim eles nos refratam e refletem algo único, sempre ao único.

    Jônatas Amaral
    http://alma-critica.blogspot.com.br/

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