sexta-feira, 8 de março de 2013

(QUASE) RESENHA - O DIÁRIO DE ANNE FRANK

Oi pessoas, tudo bem???
 
 
Hoje, 8 de março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, quero homenagiar uma menina que foi, para mim, um exemplo de força e coragem.
 
ANNE FRANK.
 
 
 

SINOPSE


 

"12 de junho de 1942 - 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente seguiu para Auschwitz e mais tarde para Bergen-Belsen."
 
 
O Diário de Anne Frank - Edição definitiva, editada por Otto Frank e Mirjam Pressler





 


ENREDO

 
O Diário de Anne Frank revela a triste história de uma garotinha judia e sua família que, assim como muitos outros, tiveram que fugir dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Anne após ganhar um diário no seu aniversário de 13 anos começou a escrever com detalhes como era a vida no Anexo Secreto, local onde a família Frank juntamente com a família Van Pels e o Sr. Dussel se esconderam.

Escrevia também sobre seu relacionamento com seus pais, especialmente com o pai, que carinhosamente chamava de Pim, com Petter Van Pels, o qual Anne se apaixonou mais tarde e principalmente escreveu detalhes da Guerra. Para seu diário Anne deu o nome de Kitty e o considerava uma amiga que por muito tempo esperou.


 
“ Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim.”
                                                       (Anne Frank, 12 de junho de 1942.)
 

COMENTÁRIOS

No meu primeiro ano de faculdade (tradutor e intérprete) tive que fazer um seminário sobre O Diário de Anne Frank tratando a questão da ideologia sofrida por este no ato tradutório, e quero compartilhar um pouco com vocês sobre o que eu e meu grupo no seminário descobrimos sobre o livro:
Em sua primeira tradução, do original holandês para o alemão, o diário sofreu muitas mudanças por questões políticas, ideológicas e até estilísticas. Vejamos um pouco sobre essas mudanças.
 

ALTERAÇÕES POLÍTICAS


A
nneliese Schütz, jornalista e amiga da família Frank, foi quem traduziu o diário do Holandês para o Alemão em sua primeira versão. sobre algumas mudanças feitas por ela no livro, disse: “um livro que você queira vender bem na Alemanha... não deve conter nenhum insulto direto aos alemães.”
 
Exemplos:
Original: “zet de Gestapo doodgewoon een stuk of 5 gijzelaars tegen muur” (a Gestapo simplesmente coloca uns 5 reféns contra a parede).
Tradução: “damn hat man einen Grund, eine Anzahl dieser Geiseln zu erschiessen” (eles então têm uma razão para atirar em alguns desses reféns).

 

ALTERAÇÕES IDEOLÓGICAS 


A
qui Anne Frank fala do campo de concentração alemão na Holanda:
Original: “voor honderden mensen 1 wasruimte en er zijn veel te weining WC’s. De slaapplaatsen zijn alle door elkaar gegooid” (1 lavatório para centenas de pessoas, e existem muito poucos banheiros. Os espaços de dormir foram todos amontoados num só).
Tradução: “viel zu wenig Waschgelegenheiten und WC’s vorhanden. Es wird erzählt, dass in den Baracken alles durcheinander schläft” (muito pouca infra-estrutura para lavagem e banheiros. Dizem que todos dormem juntos em barracões).
Aqui ela deixa claro o ódio que tem contra os alemães:
Original: “er bestaad geen groter vijandschap op de wereld dan tussen Duisters en Jorden” (não há maior inimizade no mundo do que a entre alemães e judeus).
Tradução“eine grössere Feindschaft als zwischen diesen Deutschen und den Juden gibt es nicht auf der Welt” (não há maior inimizade no mundo do que a entre esses alemães e os judeus).
Essas alterações ideológicas feitas por Schütz “limpa” a linguagem de Anne Frank, faz com que ela se comporte “de modo adequado” para uma criança de sua idade. Schütz quer alcançar com essas alterações que Anne Frank seja mais aceitável para os leitores dos anos 50.


ALTERAÇÕES ESTILÍSTICAS

Schütz alterou muito o estilo de escrita de Anne Frank e a criatividade da menina foi suprimida na tradução. Ela não mostra Anne Frank como uma jovem escritora com o seu estido de escrita original e com o seu bom sentido de humor.
Quando um saco de feijão suspendido contra a porta do sotão arrebenta, derrama seu conteúdo e deixa Anne imobilizada:
Original: “als een eilandje tussen de bonengolven” (como uma pequena ilha em meio a ondas de feijão).
Tradução: “berieselt von braunem Bohnen” (rodeada de feijões marrons).
 

ANNELISE MARIA FRANK


N
asceu dia 12 de junho de 1929 em Frankfurt am Main (Hesse). Filha de Otto Heinrich Frank e de Edith Frank-Hollander, tinha uma irmã chamada Margot Frank e era uma família judia.
Anne e sua família, juntamente com mais quatro pessoas,(Peter, Dussel, Sr. e Sra. Van Pels) viveram 25 meses, durante a Segunda Guerra Mundial, num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela, em Amsterdã, nos Países Baixos, denominado Anexo Secreto.

 

A INVASÃO DO ANEXO SECRETO


O dia 4 de agosto de 1944 a Polícia de Segurança Alemã, acompanhada por alguns holandeses nazistas, invadiu o escritório geral, obrigando Kraler (que trabalhava no escritório) a revelar a entrada do Anexo Secreto.
Anne foi levada juntamente com a família para uma escola e depois para Westerbork, antes de serem deportados para o lete da Europa. Depois foi deportada inicialmente para Auschwitz, juntamente com sua mãe, irmã e as outras pessoas com quem se refugiava no Anexo Secreto.
Mais tarde levaram Anne e sua irmã para Bergen-Belsen. Em 1945, nove meses após a sua deportação, Anne Frank morreu de tifo. A irmã, Margot Frank, tinha falecido também vítima do tifo e da subnutrição. Sua morte aconteceu duas semanas antes de o campo ser libertado.
 
 
 
 
 
 
Otto Frank escapou por um milagre, pois tinha sido enviado para  campo-hospital em novembro de 1944 e ali se encontrava quando o campo foi libertado pelas forças soviéticas em 27 de janeiro de 1945.
Otto faleceu em 19 de agosto de 1980.
 
 
 
 


SOBRE A PUBLICAÇÃO DO DIÁRIO

Foi Miep Gies (trabalhava no escritório de Otto) que encontrou o Diário de Anne e o entregou a Otto logo após o fim da Guerr;
Tratando de cumprir postumamente o desejo de Anne expressado no Diário de se tornar escritora, Otto ecidiu publicá-lo;
Ao ser questionado muitos anos depois sobre sua primeira reação, respondeu emocionado: "Nunca poderia imaginar que a minha pequena Anne fosse tão especial";
Foi publicado pela primeira vez em 1947 e é atualmente um dos livros mais traduzidos em todo o mundo;
O diário está atualmente traduzido em 68 línguas, com mais de 30 milhões de cópias vendidas no mundo todo, sendo o segundo livro mais lido depois da Bíblia.

MUSEU CASA ANNE FRANK

 


 
 
O Anexo Secreto virou
museu e pode ser visitado
 em Amsterdã.

 
 
 
 
 
 
Estatua
de
Anne Frank
 

 
 

Porta que
dava para o
Anexo Secreto.
 
 
  
 
 
Nunca uma história me comoveu tanto quanto a de Anne Frank, sua família e a luta que travaram pela sobrevivência na Segunda Gerra Mundial.

E para quem se interessar, há documentários ótimos sobre o diário que podem ser encontrados no youtube.
 
O livro virou filme:
 E teve também sua versão em HQ:
 
 
Espero que vocês tenham gostado da minha (quase) aula sobre Anne Frank.
 
;)

10 comentários:

  1. Esse é um livro que quero muito ler. Não sabia das alterações feitas nas primeiras traduções, isso mostra como uma tradução pode estragar uma obra.
    Eu gostei da "aula", é muito legal saber detalhes sobre um livro tão importante.

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    1. Que bom que você gostou. Mas só para lembrar que essas alterações foram feitas porque os tradutores foram obrigados, pelo governo e pela própria editora.

      Hoje em dia já se encontra o livro com os textos originais.

      ;)

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  2. É ótimo saber das traduções, assim as pessoas em geral passam a procurar mais sobre os livros. Particularmente eu nunca tive vontade de ler esse livro, porque eu tenho pra mim que quanto mais historias triste você lê, mais triste você fica e eu nunca houvi dizer que há algo feliz na historia. Eu também gostei da "aula" e sei que futuramente vai me ajudar.

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    1. Que bom que você gostou.

      Você tem razão, ler coisas tristes nos deixam para baixo. Mas eu AMO mesmo assim. :p

      ;)

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  3. Oi Dri.
    Adorei relembrar essa história tão maravilhosa!!!
    Como já te disse antes, esse foi uns dos trabalhos que mais gostei de fazer na faculdade.
    Parabéns por essa resenha/aula super bacana e interessante.
    Beijos

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  4. Oi Josy, fico feliz que você tenha conseguido comentar.

    Eu também amei fazer esse trabalho, principalmente com você que é uma aluna exemplar e muito disciplinada.

    Saudades

    Bjks

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  5. Gostei bastante das "curiosidades". Parabéns!! O post ficou muito bom!
    E esse é um livro que desejo muito ler! Já vi uma versão de bolso, que tem um preço menor, mas tenho receio de que não seja a versão completa! :/

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  6. Como não chorar? Li este livro para um trabalho da escola e eu chorava toda vez que ela citava o presente. No fim, nas ultimas paginas chorei feita um bebê, me emocionei muito com a história dela.

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  7. Este é um livro bem forta, neh? Há um tempo que quero comprar, mas nunca fica disponível na Saraiva...=\

    Nem fazendo pedido num tô conseguindo... parece que ele está esgotado! =O

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  8. Achei o post lindo!
    Parabéns.
    Sempre me interesso por assuntos, livros e tal sobre a Segunda Guerra Mundial, ou que tenham como pano de fundo. E eu sempre quis ler este livro. Fiquei muito animado com os comentários da obra, brilhantes, enriqueceram-me obrigado!!!

    Jônatas Amaral
    alma-critica.blogspot.com.br

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